Carnaval vem sempre

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Quarta-Fúria segundo Mariana Abbade

Quarta fúria do dia 04/02

Então tá!rs
DJ Mefisto
Na mesa do artista plástico...
VJ/DJ Mossad
Fernando,o bailarino e iluminador da festa.
Demonete
Jonas Aisengart/Nina

Mayra/Thiago

Por Arthur Melo 04/02/2009

Deus está deprimido. Cansado das idas e vindas da humanidade cada vez mais degradada, resolve por fim a tudo. Mas sua depressão vem do fato de não querer dar fim às vidas dos pobres mortais a que criou. Em última reflexão, resolve destruir todas as pessoas que amam, findando a existência da humanidade.

É a hora e a vez de figuras como Eros, a Morte e o Diabo entrarem em debate sobre as questões da fidelidade, do matrimônio. Com tom filosófico e ao mesmo tempo humorado.

No palco, uma legião de 40 atores encenam, às vezes, o mesmo personagem. Divididos entre "os inocentes" e os "intelectuais". O elenco é encabeçado pelo jovem ator e cineasta Mateus Souza. Seu personagem, Deus, traz uma mistura dos elementos da trama, como partes dos dois coros que dividem a peça. A angústia, inocência e insegurança cobradas pelo personagem fazem do trabalho de Mateus em cena uma recordação do estilo de Woody Allen em frente às câmeras.

A estréia do Grupo Fúria Fábrica de Teatro, ao lado de Domingos de Oliveira, se dá no tipo de espetáculo que qualquer iniciante sonha. O cenário, os figurinos e a iluminação fazem parte da caracterização dos personagens, como se os atores estivessem vestindo e se situando em seus próprios estados de espírito. Tudo regado pela trilha sonora que percorre do jazz ao clássico, com toques de música eletrônica. Cada conceito do teatro colabora para compor aqueles que estão repassando a história. Uma montagem impecável e invejável.

Mas nada supera a presença do diretor e roteirista Domingos de Oliveira no palco, apesar de breve. Em um de seus melhores personagens, o poeta - ele próprio -, Domingos tem uma permanência curta, porém expressiva. Tão expressiva quanto as várias passagens do espetáculo. O roteiro flui com naturalidade, mesmo com tantos diálogos.

Grandioso em todas as características, Apocalipse Segundo Domingos de Oliveira é coeso em manter o alto nível técnico e artístico trabalhando para um resultado único no palco. Uma abordagem diferenciada e filosófica dos motivos para o juízo final.

Serviço:

Apocalipse segundo Domingos Oliveira

Texto e direção: Domingos Oliveira

Elenco: Domingos Oliveira e Grupo Fúria Fábrica de Teatro

Local: Teatro Laura Alvim, Casa de Cultura Laura Alvim. Av. Vieira Souto, 176, Ipanema.

Horário: Sexta e Sábado 21h e Domingos 20h

Ingresso: Sexta R$ 20,00 Sábado e Domingo R$ 30,00

Informações: 2332-2015